Isabel Rodrigues da Rocha
Resumo:
Nos últimos anos, muitos foram os empreendimentos hidrelétricos instalados em vários rios no Brasil. A produção de energia a partir de reservatórios de usinas hidrelétricas é responsável por mais de 90% da energia consumida, no país, pelos centros urbanos (ANEEL, 2005). Diante disso, no estado de Goiás, entre as cidades de Caçu e Cachoeira Alta, destaca-se o reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Caçu, localizada na bacia hidrográfica do rio Claro, região Sudoeste do estado, como objeto de estudo. Assim, este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade das águas do reservatório da UHE Caçu em dois períodos climáticos distintos do Cerrado brasileiro. Objetivou, ainda, classificar o corpo d’água do reservatório sob o ponto de vista das normas recomendadas na Resolução CONAMA Nº 357, de 2005, para algumas características limnológicas físicas e químicas, como: condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, pH (Potencial Hidrogeniônico), temperatura da água, total de sólidos dissolvidos e turbidez, coletados em quatro campanhas temporais. Os períodos de estudos foram compreendidos entre janeiro de 2012 a julho de 2013, abrangendo os distintos períodos climáticos chuvoso (excedente hídrico) e seco (déficit hídrico) de precipitações, no ambiente do reservatório da UHE Caçu. O uso da terra foi avaliado para conhecer as características físicas e ambientais da bacia da UHE Caçu, através da análise das principais ocupações de vegetação, pastagens, cultura e silvicultura, para os períodos chuvoso e seco de 2013, no intuito de verificar a preservação das matas ciliares. As análises das águas foram avaliadas com a sonda multiparamétrica Oakton Pcd 650 e o turbidímetro. Os mapeamentos e georreferenciamento dos dados foram realizados com apoio dos softwares SPRING 5.1.7 e ArcGIS 10.1, para confecção dos mapas de localização, uso da terra, declividade, geologia, geomorfologia, solos e distribuição das variáveis limnológicas. Os resultados obtidos das análises das águas foram discutidos e comparados com base na Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, enquadrando nas classes de águas doces. Nesse sentido, os resultados foram avaliados quanto à conformidade aos limites, sendo verificados pontos que se enquadram nas Classes 1, 2 e 3; somente alguns pontos apresentaram na classe 4, considerada mais rigorosa.. As condições atuais de qualidade demonstraram boas análises estatísticas. As correlações mais significativas ocorreram no caso da condutividade elétrica (CE) e total de sólidos dissolvidos (TDS) com r = 0,96. Já as melhores correlações se relacionam diretamente com a quantidade de íons dissolvidos e com a temperatura da água.