POLLYANNA FARIA NOGUEIRA
Resumo:
A demanda pelo uso dos recursos hídricos tem aumentado gradativamente e com isso, os efeitos das atividades antrópicas nos corpos d’água. As águas do rio Claro, no estado de Goiás, vêm apresentando um aproveitamento para a geração de energia hidroelétrica, entre as cidades de Jataí, Caçu e Cachoeira Alta, a partir da construção de empreendimentos hidraulicos. Com isso surge a importância de se desenvolver medidas mitigadoras em relação à qualidade das águas e assoreamento dos reservatórios, para que todos os investimentos não sejam perdidos, pois os recursos hídricos têm um valor inestimável para o ambiente, além de indispensáveis para o desenvolvimento econômico, politico e social. Com base nisso o presente trabalho visou realizar o enquadramento do corpo d’água e avaliar a qualidade na área do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) Foz do Rio Claro por meio de parâmetros limnológicos. Os parâmetros avaliados foram: Temperatura da água (T), Oxigênio Dissolvido (OD), Total de Sólidos Dissolvidos (TDS), Clorofila_a (CHL); Fósforo Total (PT), Transparência de Secchi (transp) e Turbidez (turb). Foram definidos vinte e três pontos de amostragem ao longo do eixo longitudinal do reservatório de modo a abranger todos os compartimentos aquáticos (trecho rio, transição e lago). O enquadramento das águas do reservatório foi definido de acordo com a resolução CONAMA 357/2005. O estado trófico das águas foi avaliado a partir do Índice de Estado Trófico (IET). As coletas de amostras de água foram realizadas em quatro períodos, com intervalo de seis meses, abrangendo períodos climáticos distintos do Cerrado brasileiro. De acordo com os dados avaliados em relação à resolução CONAMA 357/2005, os parâmetros OD e PT apresentaram valores que enquadraram as águas nas classes 3 e 4 no período chuvoso. Com base nos dados o TDS, CHL e Turb, as águas do reservatório se enquadram entre as classes 1 e 2. Foi possível detectar para o Reservatório de Foz do Rio Claro um nível de eutrofização elevado. Com base nos dados para os parâmetros do IET a CHL foi classificada como supereutrófica, o fósforo como oligomesotrófico, o Secchi apresentou-se variado, o IET para janeiro de 2013 mesoeutrófico, janeiro de 2014 eutrófico e oligomesotrófico e julho de 2013 mesoeutrófico, e agosto de 2014 ultraoligotrófico, oligotrófico e mesotrófico. Sendo verificado que os períodos não apresentaram relação entre si. Para as coletas realizadas em janeiro, possívelmente pela influência da precipitação na bacia que acaba carreando uma maior carga de nutrientes para as águas do reservatório, enquanto que nas coletas realizadas em julho 2013 e agosto de 2014, as águas podem ser classificadas entre ultraoligotrófica e mesotrófica.