PPGGEO

Íria Oliveira Franco

AUTOR: Íria Oliveira Franco
TÍTULO: MODELAGEM ESPACIAL DA EXPANSÃO CANAVIEIRA NO SUDOESTE DE GOIÁS.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Hildeu Ferreira da Assunção e coorientação do Prof. Dr. Iraci Scopel.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Organização do Espaço nos Domínios do Cerrado Brasileiro.
LINHA DE PESQUISA:
DATA DE APROVAÇÃO: 28/09/2012

 

Resumo:

A cana-de-açúcar, como produção industrial, foi introduzida no sudoeste de Goiás em 1946 com a implantação da usina Santa Helena; posteriormente, na década de 1980 foi implantada a usina Goálcool no município de Serranópolis, decorrente do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL), ampliando o uso do etanol nos veículos. Devido à recente demanda de etanol como combustível e outros associados à conjuntura internacional favorável, o setor sucroalcooleiro encontra-se em expansão. Desde o ano de 2007, no sudoeste de Goiás, o número de novas usinas sucroalcooleiras vem aumentando rapidamente, o que preocupa a comunidade científica pelos possíveis impactos que possam ocorrer. Partindo-se do pressuposto, estabelecido pelo Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, de que a expansão da cana no sudoeste de Goiás ocorre sobre os solos arenosos, ocupados por antigas pastagens degradadas ou em processo de degradação, este trabalho tem por objetivos: Identificar e localizar as usinas sucroalcooleiras implantadas no sudoeste de Goiás; Verificar as classes de solos ocupadas com cana-de-açúcar na região, com base em imagens de satélite; Simular a produtividade da cana-de-açúcar nas principais classes de solos do sudoeste de Goiás; Comparar as produtividades da cana-de-açúcar esperadas e observadas nas usinas analisadas, em suas respectivas classes de solos; Inferir sobre a expansão canavieira no sudoeste de Goiás, de acordo com as classes de solos e as produtividades obtidas pelas usinas, construindo um cenário de possíveis usos e ocupações das terras por este setor. Como resultado, verificou-se que dos dezoito municípios do sudoeste, até o ano de 2011, onze deles possuíam instalações industriais processadoras de cana-de-açúcar. O mapeamento no sudoeste de Goiás das áreas de cana-de-açúcar de 2011 revelou que a área cultivada com cana é de 263.549 ha, o que corresponde a 36% da área cultivada com cana no Estado. Quanto às classes de solos, a mais representante nas áreas cultivadas com cana no ano de 2011 no sudoeste de Goiás são os Latossolos com 206.993,94 ha, destes, 73,9% são Latossolos Vermelhos distroférricos e 26% são Latossolos Vermelhos aluminoférricos. A classe dos Neossolos Quartzarênicos órticos apresenta uma área cultivada com cana de 29.900 ha, o que corresponde a 11,34% das áreas de cana do sudoeste de Goiás no ano de 2011, conforme classificação de solos da Embrapa (2006). Das áreas ocupadas com cana-de-açúcar em 2011, 55% ocorreram sobre áreas onde, em 2006, havia agricultura, 28% pastagem e 17% cerrado. As simulações no modelo DSSAT/CANEGRO confirmaram a preferência das usinas em cultivar a cana nos solos mais férteis, já que as produtividades da cana tanto as obtidas pelas usinas quanto as esperadas nas simulações, indicam que os Latossolos são mais produtivos do que os Neossolos Quartzarênicos. Por exemplo, a usina Decal, com seus canaviais cultivados em Latossolos, apresentou uma produtividade de 3.103 kg de sacarose por hectare a mais do que a usina Energética Serranópolis, onde a classe predominante de solos cultivados com cana é o Neossolo Quartzarênico. Nas simulações os resultados do modelo DSSAT/CANEGRO indicam que os Neossolos Quartzarênicos produzem cerca de 1.200 kg/ha de sacarose a menos do que a encontrada no Latossolo Vermelho-Amarelo.

 

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