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HYAGO ERNANE GONÇALVES SQUIAVE

AUTOR: HYAGO ERNANE GONÇALVES SQUIAVE

TÍTULO: RIO CLARO: a natureza que reúne o espaço mineiro do século XVIII à formação territorial de Israelândia – GO atual.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Dimas Moraes Peixinho.

DATA DE DEFESA: 21/08/2018

 

RESUMO:

Nesse trabalho assumimos que a geografia estuda o espaço geográfico. Este espaço é o contínuo resultado das relações socioespaciais, e não pode ser separado do tempo. É necessária uma periodização para compreender como as relações humanas, no seu processo de transformação da natureza, constroem a organização espacial, que é marcada por períodos históricos diferentes. Esta periodização (recorte temporal) depende do recuo necessário para compreender como uma dada realidade se materializa no presente. É preciso, ainda, estabelecer uma conexão entre esses períodos para que não se tome “tempos congelados” em uma análise como fenômenos que se acumulam sem participação na realidade atual. Os usos espaciais herdados trazem os seus conteúdos que, com mais ou menos tensões, participam da dinâmica espacial presente. O recurso metodológico da geo-história possibilita analisar as diferentes conformações espaciais num determinado período de tempo. É pensar o espaço numa perspectiva temporal, e procurar a sua empiricização nos espaços construídos. A pesquisa que se empreende aqui tem a questão norteadora baseada em compreender em que medida os espaços herdados participam da conformação espacial atual do município de Israelândia-Go, que teve sua ocupação originada da exploração mineral nas primeiras décadas do século XVIII, no período bandeirante, com as descobertas e o início das explorações das províncias minerais (ouro e diamantes), no atual estado de Goiás, entre 1721 e 1725, pela bandeira de Bartolomeu Bueno, Anhanguera filho, que seguindo as orientações do Anhanguera pai, retorna à região e assume o controle da exploração mineral e dá início ao seu povoamento colonial. O Arraial do Bomfim (que posteriormente veio a ser sequencialmente Pilões, Rio Claro, Distrito Diamantino do Rio Claro e Comércio Velho) foi o marco inicial para o povoamento da região de Israelândia atual. O povoamento dessa região nos seus primeiros tempos esteve associado ao processo da mineração e, assim, ora formavam núcleos, ora esses núcleos eram esvaziados, seguindo o ciclo das descobertas e decadências das minas, nas proximidades do rio Claro. Com o declínio da mineração, por um longo tempo o povoamento seguiu a lógica da ocupação agropecuária. Nesse contexto, o objetivo geral da pesquisa é analisar a constituição da dinâmica espacial da microrregião de Iporá, a partir do município de Israelândia, buscando estabelecer as conexões entre os diferentes períodos de sua formação, verificando em que medida esses espaços herdados participam da organização espacial atual da região. Trata-se de uma pesquisa exploratória, que dialoga com autores que trataram essa temática em diferentes perspectivas, a começar pelos relatos dos viajantes que alcançaram a região no século XIX e início do século XX. Os dados secundários foram colhidos em revistas, jornais e foram realizados levantamentos em documentos históricos (IHG, IPHBC, Museus da Cidade de Goiás, etc.), IBGE, Instituto Mauro Borges. As informações primárias foram levantadas a partir de conversas e entrevista com moradores que vivem nas cidades de Israelândia e Iporá. Os resultados demonstram que muitos dos eventos ocorridos na região estão presentes na configuração espacial que constitui Israelândia no período atual. Assim, entendemos que a perspectiva analítica empreendida por essa pesquisa buscou contribuir para a compreensão da realidade socioespacial de Israelândia. Entretanto, ficou claro que, somado às outras análises que precedem essa pesquisa, ainda há lacunas que precisam de novas pesquisas.

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